sábado, 5 de março de 2011

A DIFÍCIL LUTA PARA SALVAR REMANESCENTE DE MATA ATLÂNTICA








FAZENDA ÁGUA LIMPA

Levantamento Biológico Preliminar,
E projeto para implantação de área de preservação permanente.
05 02 2007

A área da fazenda água limpa, localizada no córrego de mesmo nome, no município de Inhapim MG se encontra em avançado processo de regeneração natural de sua vegetação nativa.

A área que é parte integrante do circuito da mata atlântica, no passado foi totalmente desmatada para o cultivo, e a criação de gado, nos últimos 20 anos, a regeneração natural da vegetação cobriu praticamente os 500 hectares da fazenda.

A região onde se encontra a fazenda é de total degradação ambiental, em sua grande maioria são integrantes das bacias dos rios caratinga e preto, que fazem parte da bacia do rio doce, por kms e kms o que se vê são morros e vales com grandes e freqüentes áreas erodidas, possuindo apenas uma rala cobertura de capim, com solos que se percebem claramente estarem praticamente exauridos.

Praticamente não se encontram na região remanescentes de mata atlântica, o que se vê são pequeninos fragmentos de mata de dois a cinco hectares o que não possibilita a existência de fauna.
É raro de se ver matas ciliares tanto as margens do rio preto quanto do rio caratinga, a cobertura de capim vai ate o leito dos dois rios, o assoreamento é muito grande, em ambos, segundo moradores da região, no rio caratinga ainda se consegue algum peixe, mas o rio preto é praticamente um rio morto apesar de sua águas serem extremamente limpas.

A fazenda água limpa se tornou, portanto um verdadeiro oásis num verdadeiro deserto de degradação ambiental que caracteriza a região, é de importância muito grande sua preservação, tendo em vista que já existe na fazenda uma expressiva recuperação tanto da fauna como da flora, sendo que na área da flora em um levantamento primário pude constatar abundante presença de espécies de madeiras nobres, ameaçadas de extinção tais como, como Angico, Angelim, Cabiúna, Ipê Amarelo, Brauna, Peroba, Canela, Garapa, Aroeira Vermelha, Jatobá, Sucupira, Cutieira, Pau D´alho, Jequitibá, Vinhático, Sapucaia, Samambaiaçu.

Na fauna, o número e a variedade de aves é muito grande, tais como canários chapinha, jacus, sabias, sanhaços, gaviões, sofreu, trinca ferro, coleiro, estrelinha, quero quero, beija flores, viuvinhas, bem ti vis, guachos, saracuras, pombos juriti e trocal, azulões, sairas, inhambus, corujas, marrecos selvagens, dentre tantas outras, comuns em trechos de mata atlântica, podendo se afirmar com certeza que mais de uma centena de espécies de aves já habitam a área.

Entre os mamíferos, segundo informações de moradores pode se ver varias espécies, como capivara, tatu, pacas, jaguatirica, preás, gatos do mato, teiú, raposa, quati, pequenos primatas, veado mateiro, bicho preguiça, cutia, etc.
Répteis e anfíbios também estão presentes, pois a área de regeneração da mata acompanha o leito do córrego da água limpa, o que lhes propicia um bom habitat natural.

Apesar de possuir conhecimento limitado da área de geologia pude perceber que o solo da região é muito frágil, possuindo em sua composição um teor muito grande de areia o que facilita em muito a degradação e a erosão, alias a erosão é uma constante em toda a região, como já relatado, pois a cobertura vegetal foi totalmente removida para o plantio de capim que é usado na alimentação do gado

Apesar de ter feito apenas um levantamento preliminar, mas tendo em vista a região de total degradação onde se encontra, e pelo avançado estagio de regeneração natural da flora, é altamente recomendável à preservação desta área, onde poderá ser feito um trabalho de ampliação da área de reflorestamento, como projetos de recuperação da vida nos rios preto e caratinga, através do plantio de matas ciliares, educação ambiental para estudantes e fazendeiros da região, introdução de animais e aves que fazem parte da fauna da mata atlântica e que no passado habitaram a região.

Projeto de aquisição de área, para ser transformada
Em área de preservação ambiental permanente.

A referida área pertence a fazenda Neném de Souza no município de Inhapim MG, a três kms do distrito de Itajutiba, localizada em zona rural denominada córrego da água limpa, distante 80 kms da sede do município.
O córrego da água limpa é afluente do rio preto, que é é afluente do rio caratinga que faz parte da bacia do rio doce, sendo que a fazenda se encontra totalmente na bacia do córrego água limpa, terminando as margens do rio preto.

A citada área de 500 hectares pertence Maria de Souza, por usufruto, tendo como herdeiros Antonio Meireles de Souza e Cesário de Souza Neto, que apóiam a venda da fazenda para ser transformada em área de preservação permanente, visto os dois herdeiros morarem respectivamente em Belo Horizonte MG, Vitória ES, e não possuírem condições para administrarem a mesma.

Na área da fazenda se encontra apenas uma família, Sr. Toninho, e sua esposa Graça, residentes no local a mais de 60 anos, e que deveram continuar tendo o direito de continuarem ali residindo.

A proprietária da área Sra. Maria de Souza se encontra em idade avançada e de saúde muito debilitada, em caso de sua falta, não existindo uma entidade ou órgão ambiental disposta a disponibilizar ou trabalhando para que se disponibilize os recursos necessários para a compra da área, a mesma poderá ser vendida a fazendeiros da região, sendo que já possuem vários interessados em adquiri-la, só que pelo visto na região não

existem fazendeiros que possuem interesse em preservação ambiental, e pela legislação ambiental adquirindo a fazenda poderão efetuar desmatamento em grande parte da área..
É preciso um financiador, ou financiadores para aquisição da referida área que atualmente se encontra em um valor e mercado de aproximadamente novecentos e oitenta mil reais.

Como a área é de regeneração natural, e de floresta jovem que faz a captura de carbono poderá ser facilmente incluída no setor de créditos de carbono, o que facilitará em muito a aquisição de tais recursos junto aos paises signatários do protocolo de kioto.

A urgência da realização desta aquisição se faz necessário pelo motivo já citado acima, pois a proprietária, Sra. Maria de Souza se encontra em idade muito avançada, 91 anos e saúde extremamente debilitada, sendo que com sua falta, estando um projeto em andamento os herdeiras, srs. Antonio Meireles e Cesário Neto concederam um determinado tempo para a sua conclusão.

Qualquer entidade ou organização não governamental que venha a adquirir a citada área saiba que a mesma devera ser transformada em uma área de preservação permanente e de caráter irrevogável.

Devera também contar com pelo menos um administrador, um viveiro para a produção de mudas para reflorestamento de áreas, e formação de matas ciliares, sendo que a administração e o viveiro poderão ser mantidos financeiramente por outras entidades ou organizações não governamentais que queiram ajudar na preservação da fazenda, e recuperação de áreas adjacentes.

Devera também contar com biólogos, para fazerem um levantamento amplo da área e acompanhamento do desenvolvimento tanto da flora quanto da fauna existentes no local, isto poderá ser feito sem custos através de parcerias com faculdades ou universidades da região que possuem cursos na área de meio ambiente e biologia.

Também existe um antigo casarão em estilo colonial que se encontra em estado de abandono, mas com estrutura em bom estado, e que devera ser restaurado, e que servira como sede da reserva.

Nas atuais condições que se encontra o planeta, em relação a destruição do meio ambiente, efeito estufa, desertificação e tantos outros males advindos da destruição e uso irracional da natureza, é inadmissível que venha a se perder uma área como esta em que a natureza levou quase três décadas para recupera-la, e que venha a desmatar se tudo novamente.

Este projeto só não se concretizará por falta de apoio de entidades governamentais ou não governamentais ligadas ao meio ambiente, não se espera que ecologistas ou órgãos ambientais, governamentais ou não governamentais ligados ao meio ambiente, nas atuais condições que se encontra o planeta deixem que se percam áreas como esta, pois existem bilhões e bilhões de dólares e euros para serem aplicados em projetos de proteção ao meio ambiente, estamos falando de 500 hectares de mata que se regenerou naturalmente e que em futuro com apoio de órgãos e entidades ambientais poderão se
tornar em mil dois mil ou mais hectares de mata recuperada e preservada, bastando para isto que haja verdadeiro interesse pois bilhões e bilhões estão ai destinados a projetos como este.
Em anexo acompanham, CDS com vídeo e fotos do local, , qualquer entidade ou órgão ambiental que venham a participar do projeto poderão ser fornecidas , mais informações e documentos que se fizerem necessários.

Miriam Rodrigues Ferreira de Souza

Bióloga

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